Nossa História
Por finais do Séc. XIX inicia-se o movimento, imparável, do surgimento pelo País fora, de novas Corporações de Bombeiros. Da data da formação da primeira delas, até 1900, serão constituídas setenta e seis associações.
O distrito de Aveiro não ficará indiferente a tal movimento:
Em 1882, logo a seguir, ao alarmante e destruidor incêndio do Mosteiro de Sá, ocorrido em 11 de Janeiro do referido ano, incêndio que fora antecedido, em 1864, por um outro no Paço do Bispo Luís Cipriano, e ainda, de um outro, ocorrido em 1871, no Palacete dos Viscondes de Almeidinha (um dos mais bem recheados e o mais histórico edifício citadino), leva a que, na sessão da Câmara, de 1882, o Presidente Manuel Firmino, proponha a aquisição de material de incêndios e a criação de uma companhia de bombeiros.
Das classes dos «artistas» veio imediata resposta de adesão, como se pode ler na acta de 27 Janeiro de 1887. Na acta, expressamente, «elogiava-se a companhia e os seus serviços e actos de benemerência, salientando o facto dos seus elementos serem filhos das classes populares, operários, artífices… (que)… nunca se poupam ao trabalho, nem se furtam aos perigos»…
Posteriormente, em 1908, será nomeada a Comissão Instaladora para a constituição de uma outra Associação, a dos Bombeiros Novos de Aveiro, cuja primeira Direcção será empossada em 1910, e que será baptizada com o nome de Guilherme Gomes Fernandes.
O Corpo Privativo dos Bombeiros da V. A.
No Concelho de Ílhavo, o espírito empreendedor de Pinto Basto, acautelando o perigo de incêndio que pudesse pôr em causa a laboração da Fábrica, a que acrescia o apoio à população fabril que habitava nos bairros operários da mesma, levou a que fosse constituído, em 1880, o Corpo Privativo dos Bombeiros da Fábrica da Vista-Alegre, que ficou sendo uma das mais antigas Corporações do país.
Terá sido no dia 15 de Setembro de 1928, que foi fundada a Associação dos Bombeiros Voluntários de Vagos, que se foi instalar numa Repartição do Registo Civil de Vila. (o registo no governo Civil data de 15 Dezembro de 1928).
Constituição da ABVI
Em Ílhavo, logo que as primeiras Corporações de bombeiros foram aparecendo instaladas, foi patente um movimento encabeçado porfiguras de vulto local, considerando ser necessário e prioritário, constituir uma Associação de Bombeiros Voluntários.
Dirige e impulsiona essa ideia o Dr. Francisco António Marques de Moura, homem notável, figura de reconhecido mérito, médico do Partido, agregando outros elementos, unidos na ideia de criar uma instituição de salvação pública. Reuniram na Câmara Municipal, a 13 de Abril de 1893, para proceder ao acto solene da Instalação da Instituição, conforme se transcreve da acta:
Primeiros Passos
A primeira sessão da Comissão Instaladora teve lugar a 4 de Maio de 1893. O Presidente da Comissão Instaladora, Dr. António de Moura, deu conhecimento de terem chegado a bom termo, os trabalhos da Comissão que fez o Estatuto, tendo-o apresentado aos presentes, que o discutiram e, de seguida, o aprovaram, para ser enviado, para provação, à CMI. Foi por esta sancionado em reunião da câmara da presidência de Augusto de Oliveira Pinto, em 18 de Maio de 1893. E enviado posteriormente ao Sr. Governador Civil. O Dr. Moura na referida reunião, deu conhecimento da presença, na Sala, do Senhor Francisco de Castro Mattoso da Silva Corte Real, o qual, junto de S. M. D. Maria Pia, teria conseguido sensibilizar o poder régio, para conceder aos cofres da Câmara, uma dádiva no valor de 200 mil réis, para aquisição de uma bomba de incêndios e diverso material. Tal facto mereceu dos presentes, rasgado e vibrante aplauso de agradecimento.
Uma primeira bomba braçal
Antes da constituição da Associação, já em 1864, o então Presidente da Câmara, Domingos Pinto Basto (filho do fundador da VA), terá adquirido uma bomba de incêndios. É de pressupor ter sido muito idêntica à dos Bombeiros da VA, pois, quer uma quer outra, tiveram em Pinto Basto o mesmo comprador.
Em 25 de Maio de 1893, o vereador Procópio de Carvalho faz a entrega à Associação recentemente formada, da referida bomba, e do material contra incêndios que teria sido adquirido pela Câmara, antes da constituição da ABVI.
Linha do tempo
Continuando em funções, a Comissão Instaladora, só, a 8 de Junho de 1893, procederá à formalização da eleição do Comandante, dos Patrões da 1a e 2a Secções, Chefes de agulhetas e Ambulância, ficando os cargos assim preenchidos:
1º Comandante da Corporação
António Pereira da Encarnação Júnior
Patrão 1º secção
António Gomes de Pinho
Patrão 2º Secção
Reynaldo de Oliveira Craveiro
Ajudante 1º Secção
Manuel Rodrigues Do Sacramento
1º agulheta
António Francisco Corujo
Aj. Agulheta
Joaquim António Bio
Agulheta suplente
Augusto Bilelo
Chefe da Ambulância
Casimiro Ferreira da Cunha
Fiscal do material
Abel Augusto Regala
A primeira sessão da Comissão Instaladora teve lugar a 4 de Maio de 1893. O Presidente da Comissão Instaladora, Dr. António de Moura, deu conhecimento de terem chegado a bom termo, os trabalhos da Comissão
que fez o Estatuto, tendo-o apresentado aos presentes, que o discutiram e, de seguida, o aprovaram, para ser enviado, para provação, à CMI. Foi por esta sancionado em reunião da câmara da presidência de Augusto de Oliveira Pinto, em 18 de Maio de 1893. E enviado posteriormente ao Sr. Governador Civil.